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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SILÊNCIO

Repara a melodia do silêncio
nas criações divinas.
No Céu, tudo é harmonia
sem ostentação de força.
O Sol brilhando sem ruído...
Os mundos em movimento
sem desordem...
As constelações refulgindo
sem ofuscar-nos...
E, na Terra,
tudo assinala a música do silêncio,
exaltando o amor infinito de Deus.
A semente germinando sem bulício...
A árvore ferida preparando
sem revolta o fruto que te alimenta...
A água que hoje se oculta no coração
da fonte, para dessedentar-te amanhã...
O metal que se deixa plasmar no fogo vivo,
para ser-te mais útil.
O vaso que te obedece
sem refutar-te as ordens...
Que palavras articuladas
lhes definiriam a grandeza?
É por isso que o Senhor também nos socorre,
através das circunstâncias que não falam,
por intermédio do tempo, o sábio mudo.
Não quebres a melodia do silêncio,
onde tua frase soaria em desacordo
com a Lei de Amor que nos
governa o caminho!
Admira cada estrela na luz que lhe é própria...
Aproveita cada ribeiro em seu nível...
Estende os braços a cada criatura
dentro da verdade que lhe
corresponda à compreensão...
Discute aprendendo, mas,
porque desejes aprender,
não precisas ferir.
Fala auxiliando,
mas não te antecipes ao juízo superior,
veiculando o verbo à maneira
do azorrague inconsciente e impiedoso.
«Não saiba tua mão esquerda
o que deu a direita» — disse-nos o Senhor.
Auxilia sem barulho onde passes.
Recorda a ilimitada paciência do Pai Celestial
para com as nossas próprias faltas e ajudemos,
sem alarde, ao companheiro da romagem terrestre
que, muitas vezes, apenas aguarda o
socorro de nosso silêncio,
a fim de elevar-se à comunhão com Deus.

Meimei
("Instruções Psicofônicas", 14, FCXavier)