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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sexo no Mundo

Você ainda acha que o sexo é igual para todos, qualquer que seja o lugar? Que tal dar uma volta e conhecer os costumes e as curiosidades de alguns povos em diferentes lugares do planeta.

Na África do sul, na tribo dos Zulus, o rei podia ter até cem esposas. Alguns costumes dessa tribo são peculiares: é proibido manter relações sexuais após um pesadelo, durante uma tempestade. A mesma regra vale caso o marido tenha matado uma cobra grande, um crocodilo ou uma hiena.

No Afeganistão, na época do regime ultra-radical e conservador do Taliban, a sexualidade das mulheres era extremamente castradora. As mulheres eram obrigadas a cobrirem todo o corpo com uma espécie de manto denominado Burka, restando uma pequena abertura na altura dos olhos e nariz, protegida por um tecido mais fino, permitindo assim a visão.Ao entrarem na adolescência, elas eram proibidas de dirigir qualquer palavra aos homens, exceto os parentes. Olhar ou permanecer mais de cinco minutos com outro homem que não fosse de sua família, era considerado adultério, e a mulher poderia ser apedrejada em praça pública até a morte. Não podiam amamentar seus filhos em lugares públicos. Eram proibidas ainda de estudar e trabalhar. Sair de casa, somente era permitido na companhia de parentes. As mulheres não podiam usar maquiagem, jóias, esmalte (aquelas que ousassem sair com as unhas pintadas poderiam ter seus dedos amputados) ou fazer barulho com a sola do sapato em público. As janelas das casas em que moravam mulheres deveriam ser pintadas, de forma que quem estivesse do lado de foras não pudessem vê-las.

Após a derrubada do regime Taliban, noticiários de tv exibiram imagens de um povo comemorando sua “liberdade”. Essas imagens de um país em reconstrução mostraram que algumas mulheres já aboliram o uso da Burka, porém outras ainda não. Toda e qualquer transformação pode afetar a forma de exercer a sexualidade. De qualquer forma as transformações de toda uma cultura costumam ser lentas e, nesse caso, somente o tempo se encarregará de mostrar os resultados.

No Alasca, em algumas tribos de esquimós existe a tradição de oferecer, ou melhor, colocar a disposição do visitante, a esposa ou a filha, como gesto de amizade e boas vindas. Essa tradicional “hospitalidade sexual” também é encontrada em alguns locais da Sibéria e da Polinésia.

Em Angola, quando um homem é coroado Saba (rei que chefia um grupo de tribos), este recebe de presente uma virgem e precisa transar com ela na presença de seus súditos. Na tribo Ashanti, em Gana, as viúvas são obrigadas a ter relações sexuais com estranhos para que possam se libertar do espírito do marido falecido.

Em Botsuana, a poligamia é permitida aos homens. Quando este se encontra ausente, é permitido as suas esposas manterem relações sexuais entre si. Neste país, os pequenos lábios vaginais “tão grandes quanto a asa de um morcego” são considerados atrativos por esse povo, de forma que desde crianças as meninas são acostumadas a puxarem seu pequenos lábios, sendo que elas também costumam matar morcegos para que após queimar as suas asas, possam passar suas cinzas pelos cortes feitos em volta da região.

Após tudo que foi descrito acima, é inegável que a maneira como exercemos o sexo é fruto das influências sócio-culturais de um povo em uma determinada época. E você, ainda acha que o sexo é igual para todos?

Kelly Cristine Barbosa Cherulli
Sexóloga e Psicóloga

Sexo na Índia

Na Índia, semelhante à situação na China, controle de natalidade e crescimento exponencial da população são também problemas cruciais para o país. A Índia atingiu a marca de 1 bilhão de habitantes (um sexto da população do mundo inteiro) no ano 2000, e mesmo com as atuais medidas de controle de natalidade, especialistas esperam que esse número dobre para 2 bilhões no ano de 2040. É difícil controlar tal crescimento em uma nação onde a pobreza, padrões culturais e religiosos e desinformação tem uma grande influência. Métodos de controle de natalidade não são algo simples que as pessoas decidem quanto estão prestes a fazersexo, e há muito mais envolvido. Especialmente quando estamos lidando com uma nação onde apenas 50% da população inteira admite usar um método de controle de natalidade de algum tipo.

Outro importante problema que também interfere nas medidas de controle de natalidade na Índia é uma aberta preferência por meninos à meninas. Como o sistema de dote ainda prevalece na Índia ainda que seja agora considerado ilegal, é muito caro para uma família criar uma menina. Outros fatores também parecem ser cruciais para o problema da população na Índia:

  • O método de controle de natalidade mais usado no país é o DIU, somando 38% da população feminina. Além de ser um método de controle de natalidade mais caro, abre uma porta para diversas doenças e problemas na vida sexual de muitos casais.

  • No que diz respeito às mulheres que escolhem a esterilização voluntária (que é outra opção comum na Índia, somando 19% da população que usa algum tipo de método contraceptivo), elas não afetam positivamente o controle de natalidade, já que quase 60% delas esperam até ter no mínimo dois meninos, ou o número de crianças que o casal tem em média no país, que é quatro filhos.

A política de controle de natalidade foi implantada na Índia nos anos 50, quando o governo implicitamente acreditou que a nação iria seguir o exemplo de outros países onde a industrialização e um significativo aumento no padrão de vida traria mudanças ao comportamento sexual dos cidadãos e uma queda no crescimento populacional, o que infelizmente não aconteceu.

História do Incesto na Mitologia

A atividade sexual entre membros de uma mesma família é chamada “incesto”. Pesquisas cuidadosas têm revelado que o incesto, dentre todas as proibições ligadas à sexualidade humana, é a que mais preocupa cada indivíduo, povo ou cultura, nas diversas épocas da história da humanidade. Em praticamente todas as culturas ou civilizações, o comportamento incestuoso tem sido considerado uma ameaça social e, por isso, intensamente proibido.

Muitas sociedades aceitam o homossexualismo, o sexo entre adultos e crianças, o travestismo, o transexualismo ou as relações com animais. No entanto, os contatos sexuais entre parentes muito próximos são estritamente proibidos. Mas, apesar de constituir tabu, o incesto é um tema que aparece com relativa freqüência na mitologia, no folclore, na literatura e na história da humanidade.

As penas previstas no Antigo Testamento pela prática do incesto eram extremamente severas, consistindo, em geral, na morte pela fogueira, em praça pública. O tema do incesto também foi explorado pela literatura de todos os tempos. A obra mais conhecida nesse sentido é a peça Edipo Rei, do dramaturgo grego Sófocles (495 a.C. — 406 a.C.). A peça apresenta a tragédia de Édipo, um homem que, perseguido pela fatalidade do destino, mata seu pai, Laio, e casa com sua mãe, Jocasta.

Eurípides (484 a.C. — 406 a.C.), outro autor grego, também utilizou o tema do incesto em pelo menos duas de suas obras: Electra (413 a.C.) e Hipólito (428 a.C.). A primeira é a lenda de uma mulher, Electra, que incita o irmão, Orestes, a vingar o assassinato de seu pai, Agamenon, cometido por sua mãe, Clitemnestra. Torturada pela culpa, depois que Orestes mata sua mãe, de quem ele era amante, Electra enlouquece.

Na segunda obra, Eurípides narra a paixão de Fedra por seu enteado, Hipólito. Segundo essa lenda, Teseu, rei de Atenas, retorna com sua nova esposa, Fedra, para a cidade onde Hipólito, o filho que tivera com sua primeira esposa, Antíopa, cresceu e se tornou um belo rapaz. Fedra se apaixona pelo enteado mas, repudiada por ele, suicida-se, deixando uma carta para Teseu, na qual acusa falsamente Hipólito de tê-la violentado.

Este morre quando um monstro marinho assusta os cavalos de sua carruagem, fazendo-o precipitar-se no abismo. A tragédia termina com Teseu morrendo após descobrir, tardiamente, a inocência do filho. A expressão “complexo de Fedra” (decorrente da peça de Eurípides) tem sido usada para designar qualquer atração amorosa intensa entre padrastos ou madrastas e enteados.

Em 1900, Freud afirmou que havia uma grande analogia entre essas lendas gregas e certas fantasias normalmente desenvolvidas por crianças de dois anos e meio a seis anos. Por meio de tais fantasias, as crianças do sexo masculino manifestariam um grande apego à mãe e, simultaneamente, ciúme contra o pai.

Já as crianças do sexo feminino evidenciariam intenso apego ao pai e, ao mesmo tempo, ciúme contra a mãe. Durante algum tempo, a expressão “complexo de Electra”, cunhada por Carl Gustav Jung (1875-1961), foi utilizada para designar a situação edipiana referente à atração entre filha e pai. Essa expressão caiu, no entanto, em desuso.

Jonatas Dornelles
Antropólogo

História do Incesto em Diversas Culturas

Em todas as sociedades humanas ambos os parceiros de um casal são proibidos de formar ligações sexuais com seus próprios descendentes. Da mesma forma, as restrições contra os contatos sexuais entre irmãos e irmãs são quase tão universais quanto as que proíbem as relações entre os pais e seus descendentes. A proibição das ligações entre pais e descendentes e entre os irmãos entre si tende a reduzir ao mínimo o ciúme e a rivalidade sexual no seio de uma família.

No entanto, as exceções ao tabu do incesto sempre estiveram restritas a algumas camadas especiais, nunca se estendendo à população em geral. Isso também ocorre entre outros povos, como os Azande, habitantes do leste do Sudão, no centro da África, onde é hábito os chefes mais altos coabitarem com suas próprias filhas. Em todos os casos, essas uniões incestuosas se estabelecem sob a forma de um relacionamento duradouro, e não como ligações ocasionais.

As regras sociais contra as relações sexuais entre parentes próximos refletem tendências culturais, e não determinismos de ordem biológica, pois o relacionamento genético próximo não constitui uma barreira à atração erótica. Ao observarmos os sonhos e as fantasias de membros de nossa sociedade e de muitas outras, que freqüentemente constatamos a forte atração sexual entre pais e descendentes, bem como entre irmãos.

Entretanto, em virtude dos efeitos poderosamente inibidores de condicionamentos precoces, a maioria das pessoas não reconhece conscientemente suas próprias tendências incestuosas. Todas as sociedades estendem as proibições do incesto além da unidade familiar. Em algumas culturas a proibição se estende até aos parentes de segundo grau (como irmã do pai ou da mãe, filha do irmão ou da irmã). Além disso, algumas sociedades, como a americana, incluem mais alguns parentes, tais como os primos-irmãos.

Muitas sociedades estendem as proibições do incesto a limites muito mais amplos, de maneira a incluir maior número de parentes. Ironicamente, em algumas culturas, a interpretação do incesto é tão ampla que exclui como parceiros sexuais em potencial metade da população disponível.

As reações emocionais ao tabu do incesto variam amplamente de cultura para cultura. Algumas sociedades parecem evitar o incesto, acreditando que sofrerão punições sobrenaturais ao praticá-lo. Como exemplos dessas sociedades temos alguns povos primitivos da Austrália, que consideram as ligações incestuosas como um crime muito grave, que pode ter efeitos calamitosos.

Outras sociedades têm um conhecimento apenas superficial do tabu do incesto, e encaram as transgressões, exceto aquelas que envolvem pais, filhos e irmãos, como ofensas menores, que podem ser facilmente compreendidas e esquecidas. A avaliação da gravidade do incesto varia de uma sociedade para outra.

Assim, em muitas culturas o incesto entre pais e filhos, particularmente entre mãe e filho, é a forma mais grave, enquanto em determinadas sociedades matrilineares (em que a sucessão se faz por linha materna), como a dos Trobriandeses, a ligação sexual entre o tio materno e sua sobrinha é a transgressão capital. Isso porque, nessa cultural o tio assume o que para nós seria a função do pai.

Por Jonatas Dornelles
Antropólogo

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